VAMOS FALAR DE ESU
ÈSÙ OLÙBERÈ ÀWON ÒRÌSÀ
ÈSÙ O MAIS CONTROVERTÍVEL DOS ORIXÁS
Contam os nagôs igbómìnàs que, em tempos passados, sempre ao entardecer, Èsù, entoando um cântico, dirigia-se a um próspero mercado do vilarejo do reino dos igbómìnàs. Lá ao chegar, sentava-se em uma cadeira ou às vezes ficava de pé, alegrando, cantando, entretendo, distraindo, induzindo a clientela a fazer apostas em jogos e contando histórias em troca de uma refeição e um trago de aguardente, conforme combinado com o dono do mercado (Olójà).
Le ró o, le ró o otí l‟ayò
Le ró o, le ró o oti l‟ayó
“O indolente (Èsù) com a sua astúcia bebe alegremente sua aguardente”
Com o passar dos meses, o comerciante, julgando já estar com uma clientela fixa, expulsou Èsù do seu estabelecimento comercial. Magoado com a desfeita, uma vez que as pessoas se acercavam do mercado unicamente por sua causa, Èsù atravessou a rua indo sentar-se numa cadeira que estava em frente ao outro empório, que por sinal estava a falir.
Durante o período em que ali ficou sentado, Èsù observou que nenhum cliente dali se aproximava, ao oposto do outro mercado de onde tinha sido expulso, que era um entrar e sair constantes. Decidido a vingar-se da ofensa feita a sua pessoa, Èsù dirigiu-se ao mercador falido (Onisòwo onígbèsè) e lhe propôs reerguer seu estabelecimento. O mercador falido retrucou dizendo-lhe: „Como poderei pagar-lhe tal beneficio?‟ Èsù respondeu-lhe: „Permitindo que eu venha beber e comer graciosamente todas as noites em seu estabelecimento‟. „Está combinado. Dou-lhe minha palavra‟, disse o mercador.
Èsù, após o trato, continuou sentado na cadeira do mercado falido até o início do alvorecer do dia seguinte. Tão logo o dia começou a raiar, o ardiloso Èsù, portando uma cabaça serrada ao meio (igbá) com mel de abelha em seu interior, dirigiu-se ao mercado de onde havia sido expulso, entoando o seguinte cântico:
„Olooyin, Olooyin o!
Olooyin , Olooyion o!
Èsù mõmo ayinrarè
Olooyin, Olooyin o!‟
„Dono do mel de abelha,
Dono do mel de abelha, eu o saúdo!
Èsù, sábio, vaidoso.
Dono do mel de abelha, eu te saúdo!‟.
Ao chegar no mercado próspero, Èsù entoando um cântico 1, derramou em frente ao mesmo um pouco do mel de abelha. Em seguida, retornou lentamente ao mercado de onde tinha vindo, espalhando pelo chão em sua direção o restante do mel de abelha. Quando Èsù chegou ao término do seu pretexto, o dia já havia clareado totalmente. Incontinente, sentou-se em uma cadeira à entrada do mercado falido e ficou observando os primeiros fregueses chegarem ao estabelecimento comercial, que ele havia tornado próspero e de lá tinha sido expulso.
Rapidamente, formou-se uma aglomeração na porta do estabelecimento, pois um dos fregueses percebeu o líquido espesso derramado na porta do mesmo. Imediatamente, um a um dos clientes resolveu seguir o indício deixado pelo líquido. Tal como Èsù planejou, o mel derramado levou todos os fregueses para o mercado de onde ele sentado os aguardava.
Ao chegarem ao local, depararam com Èsù e nunca mais deixaram de frequentar aquele estabelecimento, que se tornou próspero em curto espaço de tempo. E assim, todas as noites, após beber e comer graciosamente, Èsù cantava alegre e satisfeito para todos os que pernoitavam e gastavam dinheiro naquele empório. E quando se despedia ao alvorecer, todos os presentes o saudavam cantando alegremente:
Ogõgóro ngo Laróyè (Èsù o!)
Ogõgóro ngo Laróyè‟.
„Saudemos Èsù, o intérprete de todos os idiomas!
Ele gosta (ou ele quer) de aguardente feita do dendezeiro‟
Ressalva: A narrativa em questão esclarece a semelhança do ser humano com o Òrìsà Èsù que, com todas as suas atribulações, contradições e procedimentos, procura jogar as cartas que possui, sempre usando de estratagemas, na esperança de ganhar todas as partidas. Ratifica também que, quando tratamos bem o nosso semelhante, queremos ser bem tratados. Todavia, em algumas vezes, os fatos não são uniformes. A associação em questão faz crer na constante renovação da vida, que se transforma sem cessar, fazendo com que a mesma muitas das vezes deixe de ser uniforme.
1 - “Olooyin, Olooyin o! Olooyin, Olooyin o!”“ Ojúmomo oyin báre Olooyin, Olooyin o!”(“Dono do mel de abelha, Dono do mel de abelha, eu te saúdo! O dia vem raiando, o mel de abelha trará bons relacionamentos. Dono do mel de abelha, eu te saúdo!”)
2 - Em hipótese alguma, esta narrativa demonstra ou ratifica que os filhos do Òrìsà Èsù devam viver pelos bares em troca de bebida ou comida.NITORÍ ENÍ OJÓ OLÓÒRUN NDÁ ÈSÙ ELÉGBÁRA FÚN ÒUN JÍNKÍ ÌYÈ ÀTI ÌPÈLÉJÓ OHUN TÍ A DÁWÓLÉ ÀWON OKÒNRIN. KÍ A SE! (PORQUE UM DIA DEUS CRIOU ÈSÙ O SR. DA FORÇA PARA QUE ELE DÊ VIDA E MOVIMENTO AS EMPREITADAS DO HOMEM. QUE ASSIM SEJA !)
ÀDÚRÀ PARA ÈSÙ
Este ADURA é para pedir proteção a ÈSÙ e abrir nossos caminhos. Este ÀDÚRÀ é tão simples e lógico que é bom memorizá-la e fazer dela nossa oração diária, bastando para isso rezá-la mastigando pimenta da costa 9 (nove) se for homem e 7 (sete) se for mulher.
PARA POTENCIALIZAR SUA FALA. A UTILIZAÇÃO DO ATARÈ RESTRITA AOS SEGUIDORES DA RELIGIÃO DOS ORISAS, E PARA SER USADA QUANDO “CONVERSAR” COM OS ORISAS, E SEMPRE SOB A ORIENTAÇÃO DE UM SACERDOTE.
JAMAIS DEVE SER UTILIZADA PARA A INVOCAÇÃO DE ENTIDADES (EGUNS – CABOCLOS, PRETO VELHOS E EXUS DE UMBANDA).
BORRIFE para frente a pimenta mastigada na boca OU SOBRE O IGBÁ ESU ORISÁ, BOCHECHANDO COM GYN e depois faça esta oração,.
Se OLÓDÙMARÈ permitir, seus pedidos acontecerão.
ÈSÙ ONI BODE ODE ORUN OSETURA ENI OMO IYA ENI O MO BABA TI ADI TOJU BI OMO ELEGBARA IWO LA PE LONI WA JE WA LONI YI BI OMO TI NJE IYA RE WARA NITORI ROGBODIYAN ILE AYE PO JOJO OGUN NI WA, OGUN LEHIN ILE AYE OGUN OJOJUMO OGUN ATI YE TO MU OLOMO KI O MA MO OMO RE TO MU ORE DI OTA ARAWON TO MU ENI DU IPO OMO LAKEJI TO JEKI A FE OJU MO NKAN ENI A WA BE BE FUN ABO RE ÈSÙ GBO ORO ATI AROYE WA SO WA BABA NJADE LO SO WA TI A PA PADA WA LE WA KI OGUN AYE MA LE RI WA GBE SE ÈSÙ OLO NA ONA TI ESU BA SI ENIKAN KI DI WA SI ONA FUN WA ENITI LALUWA ÈSÙ BA SI ONARE LO SEGUN AYE SE WANI OLUSEGUN KI OTA MA LE RI NA GBE SE ENI ONA RE BA SI PEREGEDE LONI ALAFIA BABA ORO ÈSÙ ODARA DA ABO RE BO WA LONI ÀSÉ ÀSÉ ÀSÉ
ÈSÙ guardião do Céu OSETURA Aquele que não conhece sua mãe Aquele que não conhece seu pai Mas que recebeu todo cuidado de ADI O dinâmico É você que estamos chamando Venha nos atender hoje Assim que o filho atende sua mãe As intrigas deste mundo estão demais A guerra está na frente, a guerra está atrás de nós O mundo é uma guerra diária A guerra de sobrevivência Que fez os pais desconhecerem seus filhos Que fez os amigos virarem inimigos Que fez pessoas tomarem o lugar dos outros Que fez com que colocassem olho grande em nossas coisas Nós estamos pedindo a sua proteção ÈSÙ, o ouvidor Venha ouvir nossas palavras e reivindicações Proteja-nos ao sairmos de casa Proteja-nos ao voltarmos para casa Que a guerra deste mundo não consiga nos vencer ÈSÙ o dono dos caminhos O caminho que ÈSÙ abre ninguém é capaz de
fechar Venha abrir nossos caminhos Aquele a quem ÈSÙ abrir os caminhos será o vencedor na guerra da vida Faça de nós vencedores Que o inimigo não consiga nos vencer Aquele que tem seus caminhos abertos Terá saúde, o pai de todas as riqueza
BABALAWO AKALA OMO ORISA
ASE EDUMARE